sábado, 7 de agosto de 2010

Al otro lado del río..


Hoy lei que Angélica conoció aquí Jorge Drexler y que le gustó mucho (qué bueno saber eso!!!); vi también que subió varias canciones de este cantante uruguayo en su blog. Debo reconocer, la elección fue muy bueana; inclusive, yo conocí algunas canciones que nunca había escuchado! Pero -con permiso, Angel- sentí falta de una canción en particulas que es la que vamos a oir a continuación.

Este tema es de la banda sonora de la película argentina Diarios de motocicleta, que cuenta la historia del primer viaje del Che Guevara y Alberto Granados por América do Sul. Película que recomiendo mucho, por cierto.

Por esta canción, Drexler ganó el Oscar a la mejor canción y fue en la ceremonia de los premios que sucedió una cosa muy llamativa: como ustedes deben haber visto, es parte del espectáculo que durante la ceremonia de entrega los ternados a mejor música presenten su trabajo en vivo. Bueno, eso habitualmente es así, pero en este caso en particular la historia fue diferente. Debe ser porque hasta aquel entonces Drexler, para los brillantes organizadores de los Oscar era apenas um latino desconocido, no sé..lo cierto es que en vez de dejarlo cantar su obra, dieron ese espacio para que Carlos Santana en la guitarra y Antonio Banderas en la voz, interpreten la canción. O acaben con ella...
Cuendo finalmente Jorge Drexler ganó el premio, en cuenta de agradecer o dedicarlo, cantó su versión de Al otro lado del río.

Angel, esta canción te la dedico, para que continúes navegando. Rema, rema, rema..

Besos a todos!









Al otro lado del río Do outro lado do rio

Clavo mi remo en el agua Cravo o meu remo na água
llevo tu remo en el mio
Levo seu remo no meu
Creo que he visto una luz
Acho que vi uma luz
al otro lado del rio
Do outro lado do rio
El dia le ira pudiendo
O dia vai vencer
poco a poco al frio
Aos poucos o frio
Creo que he visto una luz
Acho que vi uma luz
al otro lado del rio
Do outro lado do rio

Sobre todo, creo que
Sobretudo acho que
no todo esta perdido
Nem tudo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima
Tanta lágrima, tanta lágrima
y yo soy un vaso vacio
E eu sou um copo vazio

Oigo una voz que me llama
Ouço uma voz que me chama
casi un suspiro
Quase um suspiro
Rema, rema, rema..
Rema, rema, rema..
Rema, rema, rema..
Rema, rema, rema..

En esta orilla del mundo
Nesta beira do mundo
lo que nos es presa es baldio
O que não é presa é baldio
Creo que he visto una luz
Acho que vi uma luz
al otro lado del rio
Do outro lado do rio

Yo, muy serio, voy remando
Eu, muito sério, continuo a remar
muy adentro sonrío
Muito adentro, sorrio
Creo que he visto una luz
Acho que vi uma luz
al otro lado del rio
Do outro lado do rio


lunes, 19 de julio de 2010

A pesar de você- Chico Buarque


Oi pessoal!!!

Estive pensando: esse sistema de postagens, às vezes em português e outras em espanhol, não é bacana para apresentar textos e histórias, ou pelo menos não cumpre com a minha intenção de fazer uma ponte real entre as duas línguas. É por isso e para evitar que cada postagem fique eterna com versão original e tradução, resolvi criar este blog paralelo onde, con apenas um clique, vocês poderão conferir a tradução da postagem original.

Enfim, esse é simplesmente mais uma tentativa de organizar melhor essa nossa troca de informaçoes, tomara que dê certo!



Bom, vamos à postagem do dia?



Ganhei da minha amiga Angélica o livro
"Histórias de cançoes- Chico Buarque", de Wagner Homem, que narra as histórias de algumas das músicas do compositor carioca. Tem muitas anedotas e cançoes que vale a pena conhecer, mas para continuar com o meu jeitinho de trabalhar aqui, vou esperar até elas me encontrarem antes de postar aqui.

Hoje esbarrei com "A pesar de você", que achei uma das letras mais fortes e uma das histórias mais interessantes.

Durante a última ditadura brasileira, o Chico Buarque foi auto-exilado na Itália, pais onde havia passado dois anos na infância. Foi no ano 1970, que ele compôs a canção a seguir:

A pesar de você- A su pesar

Hoje você é quem manda Hoy es usted quien manda
Falou, tá falado Lo dijo, está dicho
Não tem discussão, não. No hay discusión, no.
A minha gente hoje anda Hoy mi gente anda
Falando de lado e olhando pro chão Hablando de costado y mirando al suelo
Viu? ¿Vió?

Você que inventou esse Estado Usted inventó este Estado
Inventou de inventar Inventó inventar
Toda escuridão Toda la oscuridad
Você que inventou o pecado Usted que inventó el pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão Se olvidó de inventar el perdón

Apesar de você A su pesar
Amanhã há de ser outro dia Mañana será otro día
Eu pergunto a você onde vai se esconder Yo le pregunto ¿dónde se esconderá
Da enorme euforia? De la enorme euforia?
Como vai proibir ¿Cómo prohibirá
Quando o galo insistir em cantar? Cuando el gallo insista en cantar?
Água nova brotando Agua nueva brotando
E a gente se amando sem parar Y nosotros amándonos sin parar

Quando chegar o momento Cuando ese momento llegue
Esse meu sofrimento Este sufrimiento mío
Vou cobrar com juros, juro! Lo voy a cobrar con intereses, juro!
Todo esse amor reprimido Todo este amor reprimido
Esse grito contido Este grito contenido
Esse samba no escuro Este samba en el oscuro

Você que inventou a tristeza Usted que inventó la tristeza
Ora tenha a fineza Vamos, tenga la delicadeza
De desinventar De des-inventar
Você vai pagar, e é dobrado Usted me pagará, y el doble
Cada lágrima rolada Cada lágrima derramada
Nesse meu penar En éste mi penar

Apesar de você A su pesar
Amanhã há de ser outro dia Mañana será otro día
Ainda pago pra ver Todavía pago para ver
O jardim florescer El jardín florecer
Qual você não queria El que usted no quería

Você vai se amargar Usted se amargará
Vendo o dia raiar Viendo el día amanecer
Sem lhe pedir licença Sin pedirle permiso

E eu vou morrer de rir Y yo moriré de la risa
E esse dia há de vir Ese día llegará
Antes do que você pensa Antes de lo que usted piensa
Apesar de você A su pesar

Apesar de você A su pesar
Amanhã há de ser outro dia Mañana será otro día
Você vai ter que ver Usted tendrá que ver
A manhã renascer La mañana renacer
E esbanjar poesia Y derrochar poesía

Como vai se explicar ¿Cómo se explicará
Vendo o céu clarear, de repente Viendo el cielo clarear, de repente
Impunemente? Impunemente?
Como vai abafar ¿Cómo ahogará
Nosso coro a cantar Nuestro coro cantando
Na sua frente En su cara
Apesar de você A su pesar?

Apesar de você A su pesar
Amanhã há de ser outro dia Mañana será otro día
Você vai se dar mal A usted le irá pésimo

Naquela época, era quase impossível as composiçoes do Chico passarem pelo `pente fino´ da censura brasileira, ou no mínimo passarem sem modificaçoes. Aliás, ele estava tão certo da existência duma sorte de lista maldita, que compôs três músicas sob a identidade de Julinho da Adelaide, e constatou que o problema não eram as letras e o que dizia nelas senão que ele assinava como autor.

Quando acabou de compor "A pesar de você", mostrou a nova letra ao amigo Vinícius de Moraes e, prevendo possíveis atritos com a censura, foi consultar o produtor e também amigo Manuel Barenbein, quem disse que ele só poderia ter problemas se os censores percebessem segundas intençoes na letra. Intençoes que, no meu entender, são bastante óbvias, né?

Grande foi a surpresa geral quando a letra passou sem censuras nem modificaçoes e, uma vez gravada chegou vender além de 100 cópias numa semana só.

Tudo ia bem, até que uma matéria publicada num jornal carioca insinuou que o "Você" da letra, na verdade referia-se ao então presidente Médici. Óbviamente, o Chico já tinha um argumento pronto, caso alguém perguntasse, e cínicamente disse que a letra falava numa mulher muito mandona. Dessa vez a explicação não colou e a polícia recolheu as cópias das lojas, sequestrou e destruiu o estoque das fábricas, proibiu a execução nas rádios e ainda puniu o censor que deixou passar aquele desrespeito ao governo.